História preta do Barreiro | Cronologia
1855
A história oficial do Barreiro se inicia em 1855, em um registro de demarcação
de terras que declarava a Fazenda do Barreiro de propriedade do Coronel Damazo da
Costa Pacheco e que também pertenceu à família Brochado.
Foi comprada pelo governo na época da construção de Belo Horizonte, por iniciativa
de Aarão Reis, que mais tarde virou uma colônia agrícola povoada por imigrantes que
produziam alimentos e alguns outros artigos que abasteciam o canteiro de obras da
nova capital fundada em 1897.
1877
Alforriado Matias foi um abolicionista importantíssimo para a história preta do
Barreiro. Homem negro escravizado, no século XIX, que vivia e trabalhava na Fazenda
Barreiro, que dá nome à atual região, que pertencia ao Major Cândido Brochado, líder do
Partido Conservador Municipal.
Brochado havia lhe prometido a alforria, porém Matias foi vendido, perto da Lei do
Sexagenário entrar em vigor com idade superior a sessenta anos.
Assim, no auge das revoltas abolicionistas no Brasil, no século XIX, Matias promete lutar
por justiça e honra sua palavra no dia 30 de outubro de 1877, executando o Major e
contribuindo com a mudança do rumo da história.
Matias sofreu retaliação pelos seus atos e foi encontrado morto na prisão em Ouro Preto.
Matias simboliza a liberdade!
2020
É criado o Instituto Alforriado Matias, uma plataforma de conexões culturais pensada
para acelerar e conectar fazedores culturais e democratizar a cultura.
2021
O abolicionista Alforriado Matias desempenhou papel fundamental na luta contra
a escravidão na região do Barreiro. Muita gente não o conhece, porque o nome dele
foi apagado da história de uma das regiões mais populosas e importantes de Belo
Horizonte.
No entanto, o legado de Matias foi resgatado em duas ações: uma intervenção
urbana em que o nome dele foi colocado em placas e o lançamento de um documentário
que conta a história do abolicionista.
Foi realizada a intervenção anônima na Avenida Sinfrônio Brochado, uma das
principais avenidas do Barreiro. A data foi escolhida por ser o dia, em 1877, que Matias
realizou sua vingança contra o senhor, Major Cândido Brochado, que havia lhe prometido
alforria, mas o vendeu idoso.
As placas que sinalizavam a Avenida Sinfronio Brochado, nomeada em homenagem
ao filho do Major Cândido Brochado, foram adesivadas e renomeadas como Avenida
Alforriado Matias, em comemoração ao dia em que ocorreu o ato de justiça.
(Imagem da reportagem do Estado de Minas – 03/11/2021 11:33)
2022
Em maio de 2022, o Instituto Alforriado Matias recebeu do munÍcipio o Diploma de
Honra ao Mérito entregue como reconhecimento pela relevante atuação de Alforriado
Matias na história de Belo Horizonte.
MABAM: 2017 a 2022
1ª edição – 2017: História do Alforriado Matias.
2ª edição – 2018: Cultura Negra do Barreiro: Existência e Resistência.
3ª edição – 2019: Abertura da Consciência Negra.
4ª edição – 2020: Amor preto.
5ª edição – 2021: Mercado Afrikano.
6ª edição – 2022: Mulher Negra: O pilar da sociedade
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